terça-feira, 22 de março de 2011

Desabafo de um "Historiador amador"!



Sempre fui contrário à publicação de opiniões esparsas, idéias de ocasião e outras pontas soltas do pensamento, mas, por necessidade de expressão segue abaixo, um pequeno “ensaio” (pretensão é preciso! 0.^):

- Nos poucos meses de aula no 1º ano de História dei comigo questionando os motivos pelos quais alguém (eu incluso!)decidiria estudar a disciplina História. Fato estranho já que sempre me considerei um historiador-por-nascimento, posto que este é meu hobbie desde a infância.


Pois bem, na mixórdia de conhecimentos apresentados fica patente, claro até, o direcionamento multidisciplinar do curso em si; entretanto, pretende o curso nos fazer “apropriar-se do conhecimento”, da metodologia envolvida no produzir e pensar história.

Louvável intento! Todavia, independentemente da importância em saber, por exemplo, qual escola me influencia ou à qual delas eu “pertenceria” ou em qual poderia ser eu ainda “enlatado”; ‘inserido”; e/ou “rotulado”, E, como deveria ser entendida e/ou escrita a história, isto rouba-me o prazer de simplesmente faze-la (historiografia) ou medita-la (Filosofia da história e correlatos), ou apresenta-la/ensina-la a outrem (didática(?)).

Então, qual seria o problema?

Simples:

- Na forma acadêmica; ou academicista e suas linguagens, ou pelo menos na forma como é apresentada presentemente a disciplina, se parece muito com a gramática, em relação ao ensino de uma língua, um idioma, ou seja é para quem NÃO FALA a língua - e me desculpem a analogia com o ensino de linguas – mas, para os fluentes, ela se torna obsoleta, às vezes até desmotivadora.

Não me entendam mal, pois este é apenas um registro de meus pensamentos ALHEIOS a matéria dada em sala, não calcada nos livros que viemos lendo, e sim uma reflexão quanto às MOTIVAÇÕES que configurarão MEU futuro como Historiador. Isso talvez seja desinteressante para vocês, porém, se através deste pequeno “desabafo” vocês questionarem TAMBÉM a si próprios sobre as motivações em seguir carreira, então já terão sido úteis estas poucas linhas...

Mas, é preciso externar opinião a respeito do porquê fazer-se Historia, e a resposta é simples:

IDEOLOGIA!


Parece-me óbvio que a validação do conhecimento histórico passa necessariamente pela justificação de “orgulhos” ou de “poderes”, ou da simples “existência” de povos, nações, grupos étnicos e sociais (aqui em sentido amplo e não misógeno).

O sentido proposto é que ao desenvolver-se NOVA historiografia, pode o Historiador, munido de suas convicções apropriar-se dos FATOS HISTÓRICOS, dando-lhes interpretações (em que pesem a justeza e/ou exatidão das conclusões desprovidas de preconceitos históricos) com que possa preencher os interstícios da “infra-estrutura” necessária à compreensão das origens, das raízes ou do "destino histórico" de um povo/nação, criando um passado que faculta-lhe a implementação de uma idéia sociológicamente entendida de revitalização ou criação de valores ou de instituições úteis a uma nova visão (um ideal, seja ele “bom” ou “mal”) para a sociedade em que está inserido.

Este é o PODER do Historiador e sua MALDIÇÃO, pois ele pode JUSTIFICAR ou CONDENAR comportamentos éticos ou não, CRIAR ou RECRIAR a história de um povo, INOCENTAR ou CONDENAR uma personagem histórica, RESSALTAR ou OMITIR um fato histórico e etcetera, tudo enquanto influência as massas, as variadas classes ou até a própria burguesia em seu cerne (a juventude), com suas obras e dizeres e principalmente no momento da formação/condicionamento de seus pupilos/prosélitos/alunos.

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