quarta-feira, 17 de dezembro de 2008



"A fraude é o jogo das mentes pequenas".
Pierre Corneille (1.616 - 1.684) - Poeta francês

"A Honra é uma pedra preciosa a que o menor defeito diminui o valor"
Jacques Benigne Bossuet (1.627 - 1.704) - Orador sacro francês

"Fale pouco. Não seja apressado. Reprima a ira. Não se meta em pleitos. Não pague adiantado a ninguém. Lembre-se sempre que és mortal. Não se associe com quem não conhece. Não acredite em inimigo reconciliado. Não se entristeça pelas coisas perdidas e que não podem ser recuperadas".
"Não se Alegre com a desgraça alheia. Não contende com o mais forte do que você. Não confie NUNCA seus segredos a outros, que só ficam calados enquanto não os sabem. O que é incrível NUNCA acredite. Se desejar ser feliz e receber honrarias, guarda o que acabo de lhe dizer".
Aristóteles (384 - 322a.c.) - Filósofo grego

"Para cada crime expiado na cadeia, dez mil são cometidos com cuidadoso planejamento por aqueles que o condenaram".
Henry Miller (1.891 - 1980) - Escritor americano

"Nos grandes mestres o adjetivo é escasso e sóbrio. Vai aumentando progressivamente à proporção que descemos a escala de valores".

"Seja você mesmo! Ou você é você mesmo ou não é NINGUÉM".
José Bento Monteiro Lobato (1.886 - 1948) - Escritor Brasileiro

Marcus James

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A Batalha de Diu - 4ª Parte (Encarniçados combates)



A segunda nau a entrar foi a Belém, de Jorge de Melo Pereira. Mas levou muito tempo e, por isso, Pêro Barreto, na Taforea Grande, passou-lhe à frente. Transposto o canal, dirigiu-se à nau turca que lhe estava destinada, a terceira, a qual aferrou por estibordo. Mas, como esta tinha também uma outra amarrada a si, Pêro Barreto e os seus companheiros tiveram que se haver, ao mesmo tempo, com as guarnições de duas naus, o que deu ensejo a que o combate se prolongasse.
Enquanto isto se passava, Jorge de Melo estava furioso por ter sido ultrapassado e não se fartava de insultar o mestre! E, para recuperar o atraso, mandou largar a vela grande, além do traquete e da mezena. O resultado foi que a nau ganhou velocidade e, antes que as velas pudessem ser de novo colhidas, ultrapassou todas as naus turcas e mesmo a grande nau de Diu, acabando por só conseguir abordar, por estibordo, o grupo de duas naus desta cidade que hvaiam lhe seguido no impetuoso avanço! Deste modo ficou perdida para o combate com os turcos a melhor e mais bem guarnecida nau da armada Portuguesa.
A quarta nau a entrar foi a Rei Grande, de Francisco de Távora. Na sua esteira ia a Frol de la Mar, de João da Nova, com o Vice-Rei. Vendo este o que se passara com a Belém e apercebendo-se que a Santo Espírito estava em dificuldades, crê-se que tenha mandado ordem a Francisco de Távora, que o precedia, e a Garcia de Sousa, que o seguia, para irem abordar a nau de Mir-Hocem, o que ambos fizeram. A chegada da Taforea Grande com a tripulação ainda descansada e sequiosa pelo combate fez pender definitivamente a luta no convés da capitânia turca a favor dos Portugueses. Embora oferecessem resistência desesperada, os turcos foram obrigados a abandonar o exterior e a refugiar-se nos pavimentos inferiores, onde acabaram por ser todos mortos ou feitos prisioneiros. Mir-Hocem, ferido e vendo a nau perdida, passou-se para uma pequena embarcação que estava amarrada pela popa e, aproveitando a confusão da batalha, atravessou o canal sem que ninguém desse por ele e foi para a vila dos Rumes. Montou a cavalo e fugiu a galope para Cambaia, com mais receio de Meliqueaz do que dos Portugueses. Entretanto, a Taforea Pequena, de Garcia de Sousa, tinha também atracado a capitânia turca, ajudando a dominar os últimos focos de resistência.
A Frol de la Mar, logo que alcançou o porto interior, percorreu a curta distância a linha de batalha para que o Vice-Rei se pudesse inteirar da situação. À passagem pela última nau turca, ao começar a guinar para estibordo, disparou toda a sua artilharia de bombordo contra ela. Mais uma vez o efeito dos tiros de grosso calibre disparados à queima-roupa foi devastador. A nau turca sofreu um rombo na amura junto à linha d’água, e começou a afundar. No entanto, a maior parte da sua guarnição se salvou, ou por combater contra Pêro Barreto na nau vizinha ou por ter tido tempo de se passar para ela antes da nau Turca ir a fundo.
Neste ponto não podemos deixar de pensar que o afundamento de duas naus turcas, cada uma delas com uma única salva de artilharia, veio dar razão a um condestável da nau de D. Lourenço de Almeida que anteriormente na batalha de Chaul havia afirmado sem ter conseguido convencer seus iguais, ser possível afundar a armada turca a tiro de canhão. Seja como for certo é que os portugueses aprenderam a lição. Em Diu, todas as naus Portuguesas que o puderam, antes de abordar as contrárias, dispararam à queima-roupa, toda a sua artilharia.
Prosseguindo o seu caminho, a Frol de la Mar foi fundear em frente das naus de Diu, a meio do canal, de modo a barrar a passagem aos navios de remo, que não flagelavam com lanças pontiagudas, ganchos de atracagem e flechas as naus que iam entrando, embora com fracos resultados. A verdade é que a decisão de Meliqueaz de dar batalha no porto interior foi extremamente favorável para os portugueses, porquanto o principal fator de força do inimigo, era sua superioridade esmagadora em navios de remo, que ficou praticamente anulado. Num canal cuja largura mal chegava aos duzentos metros, só era possível às galés, galeotas, fustas ou paraus combater numa frente de, no máximo, doze unidades, que, mesmo assim, tinham de estar muito próximas, o que facilitava enormemente a ação dos bombardeiros. Por outro lado, a grande quantidade de embarcações que lhes vinham por trás embaraçava-lhes as manobras em combate.
A partir do momento em que as naus portuguesas começaram a chegar ao porto interior, disparando continuamente as suas baterias, os navios de remo adversários começaram a sofrer avarias e baixas sérias o que os empurrou inexoravelmente para dentro e para a costa, comprimindo-os uns contra os outros. Depois que a Frol de la Mar fundeou, os ataques dos navios de remo concentraram-se sobre ela, deixando todas as outras naus portuguesas livres. Meio cegos e sufocados pelo fumo que agora era intenso, denso e todo presente, os bombardeiros da capitânia Portuguesa mesmo assim não sustiveram o ataque, disparando salva após salva sobre as galés, galeotas, fustas e paraus inimigas, dos quais mais de uma dezena foram afundadas e muitas mais gravemente avariadas. Calculou-se depois que, na tarde da batalha, as bombardas da Frol de la Mar dispararam mais de mil e novecentos projéteis! Pela sua parte, as naus e navios de remo do inimigo não ficaram para trás. Em alguns dos navios portugueses contaram-se, depois da batalha, mais de cinco mil flechas e centenas de lanças e pelouros!
Entretanto, chegara a Santo António, de Martim Coelho. Uma vez que Garcia de Sousa fora desviado para o ataque à nau de Mir-Hocem, coube-lhe o osso mais duro de roer: o ataque à grande nau de Diu. A dificuldade em abordar esta nau era que, além de ser muito grande e alta de costado, estava completamente fechada por cima com uma espécie de telhado de madeira, só podendo ser entrada pelas portinholas da artilharia. Mas isso não era fácil, não só por causa do tiro dos canhões mas também porque dos setecentos homens que a guarneciam a maior parte eram hábeis arqueiros que lançavam continuamente nuvens de flechas sobre os assaltantes. Por mais que o tentassem, os portugueses não conseguiram entrar nela.
Depois da Santo António entrou no porto interior a Rei Pequeno, de Manuel Teles Barreto, que, logicamente, foi participar da tentativa de abordagem a terceira nau de Diu, onde, não encontrou grande resistência, uma vez que a maior parte da guarnição desta nau estava a combater com a gente de Jorge de Melo Pereira em sua nau.
A última nau a entrar terá sido, provavelmente, a Andorinho, de D.António de Noronha, que, dirigiu-se para a última nau de Diu. Aproximando-se dela pela amurada de estibordo. Momentos antes da abordagem, disparou também uma salva de artilharia à queima-roupa, do que veio a resultar, pouco depois, o afundamento do inimigo, não sendo possível efetivar-se a abordagem.
Depois das naus, entraram as caravelas redondas. A primeira foi a de António do Campo, que se dirigiu para o galeão turco que tinha abordado a nau de Nuno Vaz Pereira por estibordo. Aferrou-o e tomou-o sem dificuldade, dado que a maior parte da sua guarnição já tinha sido morta ou feita prisioneira na nau de Mir-Hocem.
O mesmo não veio a suceder com a caravela de Pêro Cão que entrou a seguir. Tendo abordado o segundo galeão turco que estava intacto, encontrou sérias dificuldades. Para complicar mais as coisas, a caravela, que fora mal aferrada ao inimigo, soltou-se e foi à deriva, levada pela corrente somente com os grumetes e pajens que tinha a bordo, deixando Pêro Cão e os seus companheiros, que eram pouco mais de vinte, isolados no navio inimigo, contra uma centena de turcos. Pouco depois, foi morto Pêro Cão, o que tornou a situação ainda mais crítica.
António do Campo, que estava ao lado, apercebido das dificuldades em que se encontrava a gente da outra caravela largou o galeão que havia tomado, e foi prontamente em auxílio. Depois de sangrenta luta , o segundo galeão turco foi também tomado, enquanto o primeiro, abandonado, ia à deriva encalhar na praia.
A terceira caravela a entrar foi a de Filipe Rodrigues. Nesta altura já todas as naus turcas e de Diu estavam dominadas, bem como os dois galeões, à exceção da grande nau de Diu. Por isso, foi lhe abordar, pelo bordo contrário àquele a que estava aferrada a Santo António.
Por último entrou a caravela do comendador Rui Soares, seguida, provavelmente, pelas duas caravelas latinas e pela galé de Diogo Mendes.

Marcus James

Máximas sorteadas do dia



"Toda ciência contraposta à realidade. é primitiva e infantil. E apesar disso, é a coisa mais preciosa que temos"
Albert Einstein (1.879 - 1.961) - Físico Judeu-Alemão

"O que perturba e alarga verdadeiramente um homem não são as coisas, mas suas opiniões e fantasias sobre tais coisas"
Epíteto (50 - 127) - Filósofo estóico greco

"Estamos sempre nos preparando para viver, mas nunca vivendo".
Ralph Waldo Emerson (1.803 - 1.882) - Filósofo americano

"Erradicar um preconceito é doloroso como extrair um nervo"
Primo Leví (1.919 - 1.987)

"A indolência arruína o corpo preguiçoso, do mesmo modo que as àguas imóveis chegam a corromper-se".

"Água mole em pedra dura tanto bate até que fura"
Publio Ovidio Naso (43 a.c. - 18 d.c.) - Poeta latino

"O inferno são os outros"
Jean-Paul Sartre (1.905 - 1.980) - Escritor e filósofo francês

"Ousar: o progresso só se consegue por este preço".
Victor Hugo (1.802 - 1.885) - Escritor francês

Marcus James

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Batalha de Diu - 3ª Parte (Abertura dos combates)



No dia 2 de Fevereiro, à tarde, quando a armada portuguesa fundeou a leste de Diu, Mir-Hocem mandou atacá-la pelos navios de remo, do que resultou um duelo de artilharia sem consequências, dado que foi travado além do alcance efetivo e que a ondulação dificultava as pontarias. Ao fim de algum tempo, os navios inimigos cessaram os seus ataques e foram fundear perto da costa, do lado de fora do baixio que separa o porto exterior do porto interior. Pouco depois, foram se juntar a essas as quatro naus de Diu, por ordem de Mir-Hocem. Talvez Meliqueaz pensasse em sacrificar a armada para quebrar o ímpeto dos portugueses, antes de entrar em ação com os seus próprios navios, ou então pensava em, na manhã seguinte, vir também com estes para fora do baixo? Jamais saberemos! Embora ausente, Meliqueaz era mantido a par de tudo quanto nela se passava por meio de correios. Logo que soube que Mir-Hocem mandara a sua armada para fora do baixio, regressou a galope e ordenou que as suas naus e fustas, bem como os paraus de Calicute, voltassem. Deste modo, falharam as jogadas com que Meliqueaz e Mir-Hocem tinham procurado para enganar-se mutuamente. O primeiro viu-se obrigado a permanecer em Diu durante a batalha; o segundo viu-se impedido de utilizar a armada daquele como bode expiatório.
Nessa noite, D. Francisco de Almeida reuniu, pela última vez, o conselho dos capitães para traçarem os planos táticos a serem utilizados no dia seguinte. Os capitães pediram a D. Francisco para desistir da idéia de ser o primeiro a abordar a nau de Mir-Hocem, insistindo para que ele permanecesse numa posição afastada dos combates de modo a poder dirigir a batalha no seu conjunto. D. Francisco de Almeida acedeu, ficando decidido que a Nau capitânia não abordaria nenhuma das suas contrárias e que se limitaria, com o tiro da sua artilharia, a impedir que os navios de remo inimigos incomodassem as naus portuguesas encarregadas das abordagens.
Devemos citar que o problema da posição que o comandante em chefe de uma armada durante a batalha deveria assumir, preocupou desde sempre os teóricos da guerra naval. Até pouco tempo atrás, a tese preponderante era a de que devia manter-se fora da linha de batalha. Foi, precisamente, esta a solução adotada pelos portugueses na batalha de Diu.
No conselho foi feita a distribuição dos alvos: as quatro naus grandes (além da Frol de la Ma – que era a Nau-capitânia) abordariam as quatro naus turcas; as quatro naus pequenas abordariam as quatro naus de Diu; duas caravelas redondas abordariam os dois galeões turcos; as outras duas abordariam onde lhes parecesse mais conveniente; uma das galés iria à frente das naus sondando o canal; a outra, possivelmente, recebeu ordem para se manter nas imediações das galés, a fim de socorrer qualquer navio que encalhasse; as duas caravelas latinas auxiliariam a Frol de la Mar na sua tarefa de barrar passagem aos navios de remo inimigos; o bergantim manter-se-ia nas proximidades daquela para transmitir as ordens do Vice-Rei.
Apesar de tudo, o problema que naquele momento parecia mais difícil de resolver era o da passagem do porto exterior para o porto interior através do estreito canal que os liga. Felizmente, entre os cativos que a armada levava encontrava-se um rapaz de dezoito anos que já tinha ido algumas vezes a Diu e que ensinou os caminhos da entrada aos pilotos portugueses.
Terminado o conselho e pelas decisões nele tornadas, a maior parte dos fidalgos e soldados da Frol de la Mar foram distribuídos pelas outras naus, principalmente nas da vanguarda. Até altas horas da noite os marinheiros e os carpinteiros estiveram reforçando as bordas dos navios com paveses e cobrindo-os com fortes redes de cordame, de malha apertada, enquanto os soldados aprontavam as armas e se confessavam e comungavam com os poucos padres presentes. Depois, fez-se o silêncio e cada um ficou a sós com a angústia que sempre precede o dia das batalhas. No exterior dos navios, os vigias, de olhar atento, procuravam descortinar qualquer indício da aproximação do inimigo. Mas, nessa noite, nada aconteceu.
Ao amanhecer do dia 3 de Fevereiro, verificando que todos os navios inimigos continuavam metidos dentro do porto, D. Francisco de Almeida mandou entregar a cada um dos capitães dos navios a seguinte mensagem:
“Senhor, os rumes já não hão-de sair pois hoje o não fizeram, e portanto com a lembrança na Paixão de Cristo, com a viração, a que farei o sinal, em que tereis boa vigia, lhe vamos dar a merenda; e sobretudo vos recomendo grande cuidado das regeiras, que deixareis por popa, para vos alardes a elas quando vos cumprir, porque isto mais releva sobre todas as coisas, para que vos aparteis de fogo, se os mouros em si o puserem para vos queimar, ou vos levarem à costa cortando suas amarras”.
Pelas nove horas começou a soprar um nordeste bonançoso, que era o vento mais conveniente para a armada portuguesa. Mas D. Francisco de Almeida tinha ainda de esperar pela maré. Obrigado a fazer passar a sua armada por um canal relativamente estreito (150 m) e pouco profundo (5 m), não o faria, certamente, sem ser com a maré a encher, para ter possibilidade de safar qualquer navio que eventualmente encalhasse.
Entretanto, mandou novamente o bergantim distribuir pelos navios a relação das recompensas que seriam atribuídas, no caso de a vitória sorrir aos portugueses. Dessa relação constavam, além dos prêmios aos capitães, soldados, marinheiros, bombardeiros, etc, as indenizações a conceder aos feridos e às famílias dos mortos e a promessa de alforria para os escravos que sobrevivessem ao entrevero.
Finalmente, cerca das onze horas, estando reunidas as condições ideais de vento e maré, e tendo a sua gente fortemente motivada e ansiosa por entrar em ação, D. Francisco de Almeida mandou disparar uma bombarda, que era o sinal combinado para iniciar o ataque. Em todos os navios, as trombetas e os tambores atroaram os ares com os seus toques marciais, ao mesmo tempo em que as guarnições davam vivas e faziam grande algazarra. Do lado contrário, as naus e os navios de remo responderam imediatamente da mesma forma. O grande momento chegara!
As naus portuguesas, que já tinham levantado os ferros , suspenderam e, largando traquetes e mezenas, dirigiram-se, pela ordem preestabelecida, para a entrada do canal, precedidas pela galé de Diogo Pires que ia continuamente sondando o caminho a frente.
A primeira nau a entrar foi a Santo Espírito, de Nuno Vaz Pereira, uma nau velha, que fazia bastante água e que, por isso mesmo, fora colocada na dianteira, partindo do princípio que se perderia quase certamente, uma vez que o primeiro navio a entrar seria aquele que correria maiores riscos. Efetivamente, logo que a Santo Espírito e a galé de Diogo Pires. entraram no canal de acesso ao porto interior começaram a ser alvejadas pela fortaleza, pelo fortim do mar e pelos navios de remo do inimigo, sofrendo pesadas baixas.
Tanto as naus turcas como as de Diu estavam também fortemente empavesadas e com os castelos e convés cobertos com fortes redes. Além disso, tinham os costados protegidos por sacos de algodão cobertos com peles de boi molhadas, para evitar os incêndios.
Momentos antes de abordar a nau de Mir-Hocem, a Santo Espírito disparou todos os seus canhões de bombordo contra a amurada da nau turca que estava amarrada à estibordo. O efeito desta salva, disparada a curtíssima distância com bombardas de grosso calibre, foi devastador, provocando um rombo na linha de água, através do qual esta começou a entrar em grande quantidade fazendo adernar a nau. Procurando contrabalançar o adernamento, a sua guarnição passou-se toda para o outro bordo. A nau se endireitou, mas a água que tinha embarcado correu também para esse bordo e fê-la virar, por entre as aclamações, a gritaria e a algazarra da guarnição da Santo Espírito! Tudo se passou tão rapidamente que poucos foram os turcos que conseguiram salvar-se de morrer afogados.
Entretanto, logo após o disparo da sua artilharia, a Santo Espírito, que tinha maior calado que as naus turcas, tocou no fundo e encalhou a poucos metros de distância da nau de Mir-Hocem. Julgando este que os portugueses tinham estacado propositadamente naquela posição para afundarem sua nau com a artilharia como tinham feito à outra, manobrou ficando lado a lado pela amarra do ferro de bombordo e foi abordar a nau de Nuno Vaz que, não desejava outra coisa. Logo que as duas naus se juntaram, os portugueses saltaram na contrária e em poucos minutos tomaram-lhe o castelo da proa e o convés. Porém, no momento em que parecia que a capitânia turca estava irremediavelmente perdida, um dos galeões, que vinha por bombordo, alou-se pela amarra do ferro de estibordo e veio abordar a Santo Espírito que estava aferrada à nau de Mir-Hocem. Ficou a nau Portuguesa entalada entre dois navios turcos, obrigada a combater simultaneamente com ambos. Em resultado disso, parte dos cavaleiros e soldados que estavam na nau de Mir-Hocem regressaram velozmente à sua nau para a defender do ataque do galeão. Neste transe, Nuno Vaz Pereira foi gravemente ferido por uma flecha que lhe atravessou a garganta e teve de ser evacuado às pressas. A partir desse momento, a guarnição da Santo Espírito viu-se forçada a uma atitude defensiva, limitando-se a repelir os sucessivos assaltos dos turcos por ambos os lados.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Máximas sorteadas do dia


"É mais fácil impor limites do que criar espaços".
Luciana Favorini - Orientadora pedagógica Brasileira

"Nunca mude de casa depois que o amor encontrou o seu lar".
Sextus Propertius (55 ou 43 a.c. aprox. 16 d.c.) Poeta latino

"Um realista é uma pessoa que mantém a distância correta de seus ideais".
Trumam Capote (1.924 - 1.984) - Escritor americano

" O inverno cobre minha cabeça, porém uma eterna primavera vive em meu coração".
Victor Hugo (1.802 - 1.885) - Escritor françês

"Divirta-se, aproveite sua vida de hoje - ela é sua, mas só ela e só hoje; o restante pertence ao acaso".
Euripedes (480 - 405 a.c.) - Dramaturgo grego

"A perseguição obstinada da felicidade é a receita para uma vida infeliz".
Henry Campbell (1.845 - 1908) - Estadista e escritor inglês

Marcus James

A Batalha de Diu - Preliminares (2ª Parte)



A 5 de Janeiro, a armada prosseguiu sua viagem para norte. Exigiu-se em Chaul (onde o filho de D. Francisco de Almeida fora morto) o pagamento de reparação ao capitão do Nizamaluco, senhor da cidade. Mas este não dispunha do dinheiro necessário para o pagamento, mas jurou em nome de tudo que lhe era sagrado que pagaria quando o Vice-Rei regressasse de Diu.
De Chaul, a armada dirigiu-se para Maim, que ficava na ilha de Salcete, próximo de Bombaim. A falta de mantimentos continuava preocupante, as galés, para sanar-se tal problema iam assaltando as povoações costeiras. Num desses assaltos, Paio de Sousa, capitão de uma delas, caiu numa emboscada e foi morto. A sua galé foi dada a Diogo Pires e a deste passou para um fidalgo chamado Diogo Mendes.
Dias depois esteve esta galé em risco de perder-se. Ao abordar descuidadamente uma fusta de Diu que lhe pareceu fracamente guarnecida, Diogo Mendes se viu de súbito confrontado com um grupo numeroso de resolutos e bem armados turcos, que se tinham escondido à sua aproximação, e que agora, com o sucesso de seu plano, invadiam o navio português dispostos a lhe tomarem. Afinal, os portugueses reagruparam-se no convés e todos os assaltantes foram mortos à ponta de espada. Na fusta não foram encontrados mantimentos nem nada de valor, porém, surpreendentemente foi encontrada cativa uma moça húngara de rara beleza que Diogo Mendes levou para a nau do vice-rei e que, mais tarde, viria a casar-se em Cochim com um dos fidalgos portugueses.Em Maim, foram comprados, os mantimentos de que a armada tanto necessitava. Enviou D. Francisco de Almeida uma carta a Meliqueaz, que dizia assim:
"- Eu o visorei digo a ti honrado Meliqueaz, capitão de Diu, e te faço saber que vou com meus cavaleiros a essa tua cidade, lançar a gente que se aí acolheram, depois que em Chaul pelejaram com minha gente, e mataram um homem que se chamava meu filho; e venho com esperança em Deus do Céu tomar deles vingança e de quem os ajudar; e se a eles não achar não me fugirá essa tua cidade, que me tudo pagará, e tu, pela boa ajuda que foste fazer a Chaul; o que tudo te faço saber porque estejas bem apercebido para quando eu chegar, que vou de caminho, e fico nesta ilha de Bombaim, como te dirá este que te esta carta leva".

Mas a travessia de Maim para Diu mostrou-se mais difícil do que parecia, devido aos ventos contrários. Não conseguindo avançar junto à costa, os pilotos aconselharam D. Francisco de Almeida a fazer-se ao mar. Porém, passados alguns dias, encontrando-se completamente perdidos, declararam que antes da «monção» já não era possível alcançar Diu, propondo o regresso a Cochim. D. Francisco ficou desesperado e mandou levar à sua presença os pilotos de algumas ”naus de Meca” que tinham sido apresadas durante a viagem. Um deles disse-se pronto a levar a armada a Diu se lhe fosse concedida liberdade. Concordou o Vice-Rei e, seguindo suas indicações e apesar do ceticismo dos pilotos portugueses, mandou rumar a sudoeste. Ao amanhecer do dia 2 de Fevereiro, Diu, em toda a sua opulência, estava à vista!
Enquanto isso não estavam inativos os rumes, no campo contrário. Após a batalha de Chaul, festejada pelos «mouros» como uma grande vitória, Mir-Hocem e Meliqueaz haviam-se tornado heróis aos olhos de todos os muçulmanos da Índia. Porém, no seu íntimo, qualquer deles estava longe de partilhar da euforia dos seus suditos. Logo após à batalha, Meliqueaz tinha enviado uma carta a D. Francisco de Almeida ressaltando a coragem de seu filho e dos companheiros e garantindo-lhe que os prisioneiros portugueses, que ainda tinha em seu poder, seriam bem tratados, como realmente foram. No entanto, calculando corretamente que isso não seria bastante para apaziguar a ira do Vice-Rei, tratara de fortalecer a sua armada juntando-lhe quatro naus bem artilhadas e guarnecidas, uma das quais de grandes dimensões, e mandara construir e equipar mais fustas. Por seu turno, Mir-Hocem, sentindo-se igualmente inseguro, não poupara esforços para recompor a sua armada dos estragos que havia sofrido em Chaul. No entanto, e apesar do auxílio financeiro que recebeu dos “mouros” de Diu, a sua situação não era brilhante. É certo que sua frota aumentara com a chegada do galeão que tinha deixado para trás quando saíra do mar Vermelho; mas faltava-lhe de gente, já que dos mil e quinhentos homens com que largara de Suez, dois anos antes, só lhe restavam pouco mais de oitocentos.

Para aumentar ainda mais as preocupações de Meliqueaz e de Mir-Hocem, a partir de Outubro começou a chegar notícias em Diu que, depois da “monção”, tinham chegado a Cochim numerosas naus de Portugal, com muita gente de armas. Foi por isso que ambos concordaram em adotar a estratégia de conservar as suas armadas em Diu, abandonando a iniciativa do combate aos portugueses.
Com a conquista de Dabul e a chegada da carta de D. Francisco de Almeida dissiparam-se todas as dúvidas, se é que ainda as havia, sobre o iminente ataque. Meliqueaz e Mir-Hocem compreenderam que não tinham maneira de evitar uma batalha sem quartel com o Vice-Rei. O primeiro amaldiçoava a hora em que os Turcos se tinham lembrado de escolher Diu para base de operações; o segundo, sentindo que o seu parceiro não hesitaria em entregá-lo para salvar a cidade, só pensava em encontrar uma maneira honrosa de escapar ileso para o mar Vermelho. D. Francisco de Almeida conduzia a “guerra psicológica” como um verdadeiro mestre e, através dela, já tinha a batalha meio ganha antes de chegar a Diu.

Logo percebeu-se em Diu que a armada portuguesa se encontrava próxima. Meliqueaz e Mir-Hocem reuniram-se para discutir a tática a adotar. O turco era de opinião de que deviam ir combater os portugueses ao largo para tirar partido da enorme superioridade numérica de que dispunham em navios de remo: seis galés e galeotas turcas, cerca de cinquenta fustas de Diu e outros tantos paraus de Calicute, todos muito bem artilhados e guarnecidos com gente experimentada e valorosa. Mas Meliqueaz se opôs veementemente pois sabia que se as coisas começassem a corressem mal, o que lhe parecia provável, Mir-Hocem não hesitaria em retirar-se para o mar Vermelho, deixando-o sozinho para lidar com a vigança do Vice-Rei. Por isso, insistiu para que combatessem fundeados, de modo a beneficiar do apoio da artilharia da fortaleza e do fortim do mar bem como de outra que tinha mandado colocar em terra, dando a entender claramente a Mir-Hocem que se saísse para o mar nem as suas fustas nem os paraus de Calicute o acompanhariam. Mas a astúcia de Meliqueaz não ficou nisso. Com o pretexto de ser indispensável a sua presença numa guerra em que andava envolvido no continente, abandonou Diu, deixando a Mir-Hocem a espinhosa tarefa de, sozinho, fazer as honras da casa ao Vice-Rei! Porém, Mir-Hocem não era homem para se deixar manipular tão facilmente, como se verá adiante...

Marcus James

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

SPETSNAZ - Os Comandos de Elite Russos

Insígnias de algumas unidades Spetsnaz



Os Spetsnaz ou Spetsialnovo naznatchênia ou Spetsnaz, na tradução literal do russo quer dizer “Forças Especiais”, esse é o termo genérico utilizado pelos russos para designar quaisquer forças especiais ou unidade de elite do mundo. Nós do ocidente designamos os Spetsnaz como o nome próprio de uma tropa de elite russa, o que na prática não é bem assim, já que há vários Spetsnaz ou forças especiais diferentes servindo na Rússia.

Podemos designar como Spetsnaz as tropas de elite controlados pelo FSB (Serviço de Segurança Federal / antiga KGB), pelo MVD (Ministério do Interior com poderes de policía), e pelo GRU (Inteligência Militar), esses últimos controlados pelas Forças Armadas russas. As unidades Spetsnaz contradas pela antiga KGB / atual FSB são designadas como OSNAZ ou Osobovo Naznatchênia, que significa destacamentos especiais.

O treinamento das Spetsnaz russas está entre os mais severos do mundo, não estranho foi constatar que em alguns Jogos Olímpicos, e em outras disputas esportivas realizadas durante o período da Guerra Fria, foram identificados membros Spetsnaz competindo como atletas, dado seu alto nível de preparação e exigência física. Não é preciso salientar que o processo de seleção é muito rigoroso e muitos não chegam a completar o treinamento que basicamente vai desde de artes marciais, aliás os Spetsnaz são exímios lutadores com sistema próprio de treinamento marcial, passando por armamentos diversos (inclusive armamentos estrangeiros), até a treinamentos mais específicos como infiltração em território inimigo, sabotagem, explosivos, paraquedismo, mergulho, entre outros.

Embora sejam na maioria unidades separadas há algum intercâmbio de pessoal entre as unidades, tanto para difundir técnicas e experiências, como para melhoria individual no nível de treinamento desses operativos. O treinamento dura em média 5 anos.

De acordo com fontes não oficiais, estima-se que durante a guerra fria, a antiga URSS contava com mais de 30.000 Spetsnaz divididos entre 20 Brigadas e 41 Companhias distintas.


Falaremos mais sobre os Spetsnaz em outras oportunidades


Alex Hammoud

Máximas sorteadas do dia


" A verdadeira grandeza é aquela que não depende da humilhação dos outros"
Alexandre Dumas, Pai (1.802 - 1.870) - Escritor francês

" Um brilhante não é polido sem ser esfregado nem um homem fica perfeito sem provações"
Provérbio Hebraico

" Não ames o sono, para que não empobreças. Abre teus olhos e te farta do teu próprio pão".
Salomão (961 a.c. - 920 a.c.) - 3° Rei de Israel

" Os alemães gostam dos franceses, mas não os respeitam. Os franceses não gostam dos alemães, mas respeitam-nos"
Max Weber (1.864 - 1.920) - Sociólogo alemão

"Não há espelho que melhor reflita a imagem do homem do que suas palavras".
Luiz Vives (1.492 - 1.540) - Humanista e educador espanhol

Marcus James

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A batalha de Diu - Preliminares ( 1ª Parte)



A notícia da morte do filho D. Lourenço na batalha de Chaul fulminou D. Francisco de Almeida como se um raio lhe tivesse atingido. Fechou-se inconsolável em seus aposentos. Depois, voltou à vida normal, como se nada tivesse acontecido. Mas, percebia-se que ardia como um vulcão o desejo de vingança. “- Quem comeu o frangão, há-de comer o galo ou pagá-lo!”, teria dito. No entanto, nada havia a fazer no ano de 1508, uma vez que a «monção» estava prestes a chegar. D. Francisco aproveitou o tempo para carenar, sucessivamente, todos os navios que estavam em Cochim e prepará-los com vista às operações que planejava para o fim do ano.
Quando voltou o “bom tempo”, a primeira coisa que o vice-rei fez foi mandar o Capitão Pêro Barreto com uma armada de três naus, seis caravelas e duas galés bloquear Calicute, pois tinha informações de que o Samorim estava organizando uma armada para juntar-se às de Mir-Hocem e de Meliqueaz. Quando Pêro Barreto chegou a Calicute já os paraus (pequenas embarcações) do Samorim iam a caminho de Diu.
No Outono de 1508, chegaram fortuitamente, por acaso, à Índia duas armadas Portuguesas: a do ano e a do ano anterior, que invernara em Moçambique. Por isso, não havia falta de homens, de armas e de todos os outros apetrechos que eram necessários para equipar convenientemente os navios destinados a ir combater os Rumes ( Muçulmanos).
Até 20 de Novembro, D. Francisco de Almeida esteve retido em Cochim, superintendendo no carregamento das naus de abastecimento da colônia. Nessa data seguiu para Cananor com nove naus, das quais duas eram de carga, e um bergantim. Despachadas as duas naus de carga para Lisboa, preparava-se o vice-rei para se ir juntar a Pêro Barreto quando aconteceu aquilo que ele mais temia: a 6 de Dezembro, D.Afonso de Albuquerque chegou a Cananor e requereu-lhe a entrega do governo da Índia!
D. Francisco de Almeida encontrava-se numa situação dramática. Sabia que não tinha qualquer motivo válido para desobedecer às ordens do Rei. Mas não se resignava a deixar a Índia sem vingar por suas próprias mãos a morte do filho. Por fim, o sentimento paternal prevaleceu sobre o sentimento de disciplina. Invocando razões banais, recusou-se terminantemente a entregar o governo antes de dar combate aos Rumes. D. Afonso de Albuquerque – novo Vice-rei indicado, seguiu para Cochim e D. Francisco de Almeida, a 12 de Dezembro, largou com destino a Calicute, levando consigo a frota.
Juntou sua armada com a de Pêro Barreto e descontadas uma pequena nau e três caravelas que ficariam no bloqueio de Calicute achou-se o Vice-Rei com os seguintes navios: cinco naus grandes, a Frol de la Mar, de João da Nova, em que ele próprio ia embarcado, a Belém, de Jorge de Melo Pereira, a Santo Espírito, de Nuno Vaz Pereira, a Taforea Grande, de Pêro Barreto de Magalhães, e a Rei Grande, de Francisco de Távora; quatro naus pequenas, a Taforea Pequena, de Garcia de Sousa, a Santo António, de Martim Coelho, a Rei Pequeno, de Manuel Teles Barreto, e a Andorinho, de D. António de Noronha; quatro caravelas redondas, capitaneadas, respectivamente, por António do Campo, Pêro Cão, Filipe Rodrigues e Rui Soares; as caravelas latinas de Álvaro Peçanha e Luís Preto; as galés de Paio Rodrigues de Sousa e Diogo Pires de Miranda; o bergantim de Simão Martins. Em conjunto, eram dezoito velas guarnecidas com cerca de mil e quinhentos portugueses e quatrocentos malabares de Cochim e Cananor.
Era hábito dos capitães portugueses de antanho, antes de se lançarem numa operação de responsabilidade, empreenderem outra mais fácil com o triplo objetivo de adestrar os homens, fortalecer-lhes o moral e, se possível, amedrontar o inimigo. Ainda em Cananor, o assunto fora debatido entre D. Francisco de Almeida e os capitães dos navios. A hipótese de atacar Calicute fora posta de parte por causa dos riscos. Em seu lugar, foi decidido atacar Baticala, cujo rei andava em guerra com Timoja, Reino vassalo português. Mas, à chegada a esta cidade, soube-se que, afinal, já haviam feito as pazes. Depois de ter tocado em Onor para embarcar mantimentos fornecidos por Timoja, que aí tinha a sua base, a armada portuguesa dirigiu-se para a ilha de Angediva, a fim de reabastecer-se de água potável.
D. Francisco de Almeida aproveitou a oportunidade para reunir novamente o conselho dos capitães, durante o qual foi discutida a estratégia para o caso de os Rumes serem encontrados no mar. De acordo com o plano, caberia à Frol de la Mar, onde ia embarcado o vice-rei, abordar a nau de Mir-Hocem. Acertou-se que se, entretanto, a armada dos Rumes não fosse encontrada, os portugueses atacariam Dabul.
A 29 de Dezembro foi avistada Dabul e, no dia seguinte, a armada franqueou a barra e foi fundear junto da cidade, iniciando-se imediatamente o desembarque. A luta foi terrível, porque a cidade, ao contrário do que se supunha, estava guarnecida com mais de seis mil homens resolutos, solidamente entrincheirados em baluartes muito bem artilhados. Além disso, estavam no porto quatro grandes naus de Cambaia que também se bateram valentemente. Não obstante, a cidade e as naus foram tomadas, tendo o inimigo perdido na batalha mais de mil e quinhentos homens. Dos portugueses, morreram dezesseis e ficaram feridos duzentos e vinte.
D. Francisco de Almeida passou essa noite entrincheirado em terra e, no dia seguinte, autorizou o saque. Mas, ao ver que os soldados se dispersavam perigosamente na vizinhança de um inimigo que ainda tinha muitas forças, mandou pôr fogo à cidade e reembarcou.
Ainda em Dabul recebeu D. Francisco uma carta de Meliqueaz propondo-lhe paz e amizade e outra dos cativos de Chaul, que aquele tinha em seu poder, dizendo-lhe que estavam sendo muito bem tratados. Tais manifestações de receio da parte do inimigo, logo a seguir à vitória alcançada em Dabul, fortaleceram consideravelmente o moral dos portugueses...

Marcus James

Máximas sorteadas do dia



"O Homem nunca sabe do que é capaz até que é obrigado a tentar".
Charles Dickens (1.812 - 1.870) - Escritor Inglês

"O discernimento consiste em saber até onde se pode ir".
Jean Cocteau (1.889 - 1.963) - Escritor Francês

"Não espere ter sede para cavar o seu poço".
Mencius (371 a.c. - 289 a.c.) - Filósofo Chinês

"Poeta nascitur, orator fit (Orador, a gente se torna; poeta a gente nasce)"
Provérbio latino

"Astúcia é o poder do fraco"
Provérbio do nordeste Brasileiro

"Muitos jovens rejeitam idéias e conceitos que terão daqui a vinte anos"
Jean-Paul Sartre (1.905 - 1.980) - Escritor e filósofo francês

"Em Repúblicas corrompidas fazem-se muitas leis".
Tácito (55 - 120) - Orador e historiador romano

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008



Vou publicar com grande emoção - que cala fundo em meu peito - um poema escrito por um guerrilheiro desconhecido, Moçambicano, durante a "Guerra Colonial", embate sangrento enfrentado pelo exército Português na África entre 1.961 e 1.974. Foi esta Guerra que obrigou meus avoengos a virem para o Brasil. Este Poema é intitulado "Camarada Inimigo" e é um vívido exemplo de como a imaginação poética pode ver um Soldado Português abatido pela guerrilha, portanto é uma visão moçambicana de um morto em combate:

"Esteve aqui um inimigo sem fome, muita
Deixou-me este inimigo uma ração de combate com formigas
E dois pedaços de papel de jornal com excrementos
E vinte e duas latas de cerveja vazias
E capim pisado.

Contou-me muita informação preciosa este inimigo
Sei que há três meses fazia frio em Lisboa
Caetano esta bom na legenda mas só tem meia cabeça na foto
E o seu sorriso acaba onde começa mais excremento
Caetano está bem mas o povo português muito triste
Hoje há três meses, pois Eusébio não alinha por ter menisco
É Santo Francisco de Paula senhorio em Lisboa dos pobres.

Sei ainda que este inimigo tem a doença de sede por esquecer
Tem muita fome porque ainda não sabe aprender a esquecer
Tem diarréia, tem lombriga, tem solidão
E só sabe fumar metade do cigarro.

Este inimigo deixa muita informação e resto
Não pode ser um inimigo tão assim tanto
É um camarada trabalhando em campo inimigo
Que na morte, pelo menos, é agente duplo".

Marcus James

Máximas sorteadas do dia


"A rigidez não significa resistência; serve de ponto de apoio para a investida do adversário".
Princípio do jiu-jitsu

"Todo tipo de arte, assim como todo o tipo de amor, está enraizada no sofrimento"
Alfred Stieglitz - Jornalista norte americano

"Os homens dificilmente esquecem uma ofensa, mas facilmente esquecem os benefícios".
Cristina da Suécia (1626 - 1689) - Rainha da Suécia

"O bom negócio só tem futuro quando os dois lados ganham. Quando um dos lados ganha pouco ou nada ganha, o bom negócio acaba".
Leo Burnet (1891 - 1971) - Publicitário americano

"Se foi Deus que criou o universo e a vida, eu não sei. Eu sei que alguém criou porque sozinhos eles não iam aparecer".
Isaac Assimov - Químico e escritor americano

"A natureza é o guia supremo de todos os mestres. Quem não se guia por ela labuta em vão".
Masaccio (1401 - 1428) - Pintor italiano renascentista

"O preço mais alto que se pode pagar por qualquer coisa é pedi-la por favor".
John Ray (1627 - 1705) - Naturalista inglês.

Marcus James

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

As Legiões Manipulares da República Romana - 2ª Parte



Já citei os soldados com os quais o Povo Romano constituía suas legiões, agora de forma - como sempre - reduzida os esboçarei:

Vélites: As linhas de infantaria ligeira eram formadas pelos indivíduos mais pobres da população romana, que não podiam arcar com a panóplia regulamentar da infantaria; daí a designação velites = “ligeiros”; não carregavam muito peso; eram geralmente jovens e não se esperava que mantivessem terreno; eram usados no início do combate quando arremessavam seus projéteis nas linhas inimigas, retirando-se depois para a retaguarda da formação onde aguardavam e se necessário - ao fim da batalha - ajudavam a perseguir o inimigo em retirada.

Equipamento: Túnica simples; sandálias; dois ou mais dardos e uma adaga; às vezes levavam também pedras e/ou fundas (arma pessoal para arremesso de pequenas pedras/projéteis).

Hastati: Infantaria pesada formada pelos jovens cidadãos na Legião Manipular; eram os primeiros da infantaria regular a enfrentar o inimigo, engajando-se a curta distância: arremessavam seus dardos, sacavam a espada e geralmente esperavam a carga inimiga, se ela não viesse e o inimigo relutasse em aproximar-se para o combate corpo-a-corpo, avançavam em uma corrida curta preservando porém as linhas; eram a primeira onda de choque que os comandantes romanos lançavam contra os inimigos; se após alguns minutos de batalha a linha inimiga não quebrasse ou os romanos estivessem levando a pior, a segunda linha avançava e intervinha na refrega.

Equipamento: Túnica tingida; sandálias; grevas de bronze ou ferro (protegem a parte inferior das pernas), capacete de Bronze com protetores de rosto laterais; placa de peito que protegia apenas à área frontal do coração e pulmões; escudo oblongo de madeira reforçado com ferro que protegia o torso; lança; espada curta e adaga.

Príncipes: Infantaria pesada formada pelos homens com idade em torno dos 30 e poucos anos e em condições de manter um equipamento mais elaborado; geralmente tinham alguma experiência anterior como Hastati e formavam a segunda linha da Legião, intervinham quando os Hastati não colocavam o inimigo em fuga, avançando e engajando-se no combate corpo-a-corpo com suas espadas.

Equipamento: Equipamento similar ao dos Hastati, sendo as diferenças apenas o uso de lorigas de malha de ferro para proteção de todo o torso e a qualidade de suas roupas e armas, muitas vezes mais refinadas que a dos primeiros.

Triari: Eram os veteranos da Legião, formavam a terceira linha, aguardando o desenrolar do combate com um joelho no chão; eram tradicionalmente considerados o último recurso na batalha e seus integrantes quase sempre tinham mais de 40 anos de idade. Muitos deles vinham das ordens anteriores e portanto eram extremamente experimentados e “eficientes” no combate. Esperava-se que mantivessem o terreno a todo custo.

Equipamento: Como o dos príncipes com uma lança mais longa – similar ao dos hoplitas gregos contemporâneos.

Éqüites: A cavalaria romana nas Legiões manipulares não era numerosa e era formada essencialmente por cavalaria ligeira, vinda da “classe média” romana, cujo nome - éqüite - é sinônimo de cavaleiro. Era formada pelos que tinham condição de manter um cavalo além do equipamento básico. Era usada em patrulhas; lançada contra a cavalaria inimiga antes e/ou durante a batalha, e, quando com liberdade de movimentos pela ausência de cavalaria inimiga ou obstáculos naturais, circundava as linhas e atacavam pelos flancos ou retaguarda. Quando a vitória sorria aos romanos, perseguia, ainda, os inimigos em fuga.

Equipamento: Túnica tingida; capacete de bronze ou ferro; sandálias; calças curtas de lã; loriga de malha de ferro; escudo de madeira reforçado com ferro; Lança; espada longa; e adaga.
Obs: O cavalo não tinha armadura e não eram usados estribos; ao invés disso as selas romanas tinham quatro apoios que ao sentar prendiam o cavaleiro pelo alto das pernas.

Marcus James

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Máximas sorteadas do dia




" As tolices que cometemos podem, uma vez ou outra, ser remediadas: porém as que dizemos, são irremediáveis".
André Berthet (1818 - 1888) - Escritor francês

"Ninguém é mais arrogante para com as mulheres, mais agressivo ou desdenhoso, do que o homem ansioso acerca de sua virilidade".
Simone Beauvoir (1908 - 1986) - Escritora francesa

"Uma pessoa não é velha enquanto está procurando alguma coisa".
Jean Rostand (1894 - 1977) - Biólogo francês

"Há grande demanda, hoje, de pessoas que façam o errado parecer certo".
Terêncio (cerca de 195 - 159 a.c.) - Dramaturgo latino-cartaginês

Marcus James

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Falta da EDUCAÇÃO - Equívoco Proposital?


Chama atenção a política adotada pelos governos brasileiros em geral, salvo raríssimas e isoladas exceções, relativo à Política Educacional ou a falta dela. Sempre relegada ao esquecimento, a Educação, que é o pilar de uma nação, reflete o que somos, o quanto podemos e nossa identidade como brasileiros.

Além das questões humanitárias, é a Educação impulsiona o crescimento de um país, tanto na área econômica quanto na área social. Os investimentos em Educação tendem a retornar em efeitos benéficos e cumulativos, para ilustrar esses efeitos tomemos o exemplo a seguir:
(nota. Esse exemplo é o mais provável de se acontecer, nesse caso e não uma regra sem exceção, porém infelizmente, as exceções são cada dia mais raras).

Um casal recém-casado, pobre e com má educação: Tendência a ter uma renda mais baixa e sem perspectiva de aumento; gerará muitos filhos que terão um padrão de vida pior que o dos pais, os mesmos não estudarão ou estudarão muito pouco e constituirão uma família numerosa e com os mesmos problemas ou piores que os dos pais; por falta de perspectivas haverá uma forte tendência para o crime já na 1º geração; a família não terá uma moradia e será obrigada a morar em submoradias como favelas e cortiços, o que vai piorar muito as condições de saúde.
Agora vamos às catastróficas consequências sociais práticas para o país: Com o que não foi gasto na educação dos pais o governo terá que gastar com escolas para mais filhos; gastará mais com saneamento para dar conta das crescentes favelas e comunidades surgidas; gastará mais com saúde pois as condições de vida precárias sempre geram mais doenças; gastará mais com segurança pois é a tendência de pessoas sem educação e perspectivas, ingressarem no crime; isso fora o impacto ambiental nas áreas de mananciais pressionadas pelo crescimento desordenado da população e dos indicadores de IDH (índice de desenvolvimento humano) e o desemprego.
Agora vem o pior de tudo: por não ter dado a devida Educação a esse casal recém-casado o governo vai estar condenando os mesmos e a todas as gerações vindouras a essa, muito provável, vida de sofrimento, o que é criminoso e desumano, diga-se de passagem.

Falamos das consequências humanitárias e sociais, pois agora falemos das consequências econômicas. Como já sabemos a falta da Educação financia a pobreza e com ela o desemprego. Economicamente falando, a falta da Educação aleija o crescimento do país. Pessoas bem educadas têm melhor padrão de vida, consomem mais e com isso aumentam a arrecadação de impostos e o crescimento da economia; pessoas bem educadas geram mão-de-obra qualificada, o que já falta em alguns setores de nossa economia; pessoas bem educadas geram pesquisas e melhorias, criam-se novos mercados e atraem mais investimentos para o país. Em resumo, o crescimento econômico está ligado à Educação, esse é o ciclo inverso ao exemplo anterior, que financia a pobreza. A Educação financia a riqueza e o crescimento do país.

Equivocadamente ou não, os governos concedem incentivos financeiros aos mais pobres que mantenham os filhos na escola, Trata-se de uma louvável atitude, mas eles são mantidos em que escolas? nessas escolas que temos hoje em dia? nesse falido sistema educacional com péssimo ensino e professores mal remunerados? quantas dessas famílias terão os filhos cursando faculdade? mais uma vez deve-se ressaltar que há iniciativas educacionais válidas, mas elas são poucas e isoladas. Até quando vai essa irresponsabilidade governamental que relega os seres humanos a uma vida de sofrimento?

Será que essa política de Falta da Educação é um equívoco proposital? Esperamos que essa política de falta da Educação não continue sendo o instrumento que os governos no Brasil usam para conseguirem subir e manter-se no poder. Nem tampouco que seja resultado de influências externas para deixar de fazer com que nosso país atinja todo seu potencial latente.

Alex Hammoud




Máximas sorteadas do dia:

"A traição nunca prospera. Porque, se prospera não é chamada traição".
John Harington (1561 - 1612) - Satirista Inglês

"Onde há verdadeiro valor, encontra-se a verdadeira modéstia".
Sir William Schwench (1836 - 1911) - Escritor Inglês

"Só os tolos se atormentam com recordações de males já passados".
Marco Túlio Cícero (106 - 43 a.c.) - Escritor/Senador Romano

Marcus James



É conveniente deixar claro o que a Associação Brasileira de Estudo e Recriação Histórica - apesar do conteúdo por vezes excessivamente "direitista" advindo da predileção por história militar - NÃO É:

1- A A.B.E.R.H. não é formada por fascistas ou neo-fascistas;

2- A A.B.E.R.H. não concorda, admite ou incita qualquer tipo de PRECONCEITO, e não faz parte de nenhuma organização, grupo ou qualquer outro tipo de coletividade que incite ou promova preconceitos baseados em raça, credo e/ou sexo;

3- A A.B.E.R.H. não pretende possuir fins politicos imediatos;

4- A A.B.E.R.H. não apoia o populismo tacanho praticado pelos demagogos na atual governança deste País, posem eles como representantes das "elites", como "Intelectuais" ou como "Heróis do povo", no fim, todos têm - e suas ações o provam - a simples intenção de encher os próprios ventres - e garantir as melhores chances e condições para seus filhotes naturais e políticos perpetuar a exploração das demais fatias da Sociedade Brasileira.

Marcus James


Esta notícia já é antiga, mas...vale a pena coloca-la aqui:

Dois anos após o anúncio da descoberta do Templo no qual supõe-se estar a Tumba de Cleópatra e Marco Antonio, os arqueólogos responsáveis revelaram seus planos para trazer a luz o achado arqueológico.
Zahi Hawass proeminente arqueólogo e Diretor do Conselho Supremo para Antiguidades do Egito (Cargo Governamental) anunciou que testará a hipótese de que os famosos amantes foram sepultados juntos.
Até agora o acesso a tumba era impossível pois a mesma encontrava-se inundada. Os arqueólogos começaram a drenagem do local e devem ter começado as escavações propriamente ditas em Novembro.
Entre os variados indícios que sugerem a identidade dos ocupantes é a profusão de moedas descobertas com a face da Rainha e seu consorte Romano.
Segundo Hawass, Egiptólogos descobriram também um túnel subterrâneo de 120 metros com muitas salas, onde poder-se-ão encontrar mais particularidades sobre Cleópatra e possivelmente, seu corpo.
Aguardemos...

Marcus James

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Importância da Logística - Exemplo em nossa própria história













Logística! Ciência importantíssima para os exércitos;

No passado os Generais-de-cadeira e/ou amadores das Guerras sazonais, não atinham com sua importância falando - muitas vezes - sem propriedade em "Tática" e "Estratégia", sem considera-la;

Creio não ser conveniente e suficientemente ressaltada a importância da matéria, então publico uma descrição falha e sucinta; muitíssimo resumida da conhecida "Retirada de Laguna" evento militar eternizado na Literatura nacional, esperando exemplificar suficientemente, até como um preâmbulo para mais profundas inserções futuras, a questão:

"A chamada Retirada da Laguna foi um episódio da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) imortalizado na Literatura pela pena de um de seus protagonistas, o futuro visconde de Taunay.
Após a apreensão da Canhoneira Amambaí da Marinha do Brasil, no rio Paraguai, e da invasão da então Província do Mato Grosso pelas forças do Exército Paraguaio em dezembro de 1864, declarada a guerra, uma das primeiras reações brasileiras foi a de enviar um contingente militar terrestre para combater os invasores em Mato Grosso.
Desse modo, em abril de 1865, uma coluna partiu do Rio de Janeiro, sob o comando do coronel Manuel Pedro Drago, recebendo reforços em Uberaba, na então Província de Minas Gerais, percorrendo mais de dois mil quilômetros por terra até alcançar Coxim, na Província do Mato Grosso, em dezembro desse mesmo ano, que encontrou abandonada.
O mesmo se repetiu ao alcançarem Miranda, em setembro de 1866.
Em janeiro de 1867, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da coluna, então reduzida a 1.680 homens, e decidiu invadir o território paraguaio, onde penetrou até Laguna, em abril. Por demais distante das linhas brasileiras, e sem víveres para o sustento da tropa, afetada pela cólera, o tifo, e pelo beribéri, a coluna do Exército Brasileiro foi forçada a retirar sob os constantes ataques da cavalaria paraguaia, que utilizaram táticas de guerrilha à moda indígena, inflingindo perdas severas aos brasileiros.
De um efetivo de cerca de 3.000 homens, retornaram às linhas brasileiras em Coxim, em junho de 1868 apenas 700 homens, alquebrados pela doença e pela fome."

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No penultimo páragrafo do texto, salta às vistas a insensatez da penetração em território inimigo sem conhecimento prévio do ambiente operacional: Hostil as operações de infantaria.

Se tivessem sido tomadas as medidas necessárias para manter e sustentar de forma coerente a tropa e por consequinte ter preservadas, inclusive, as linhas de suprimento, não teriam sido perdidos tantos soldados sem qualquer vantagem a não ser o ensejo e inspiração à verve literária do Visconde.

Muito poderia ser dito ainda, e muito mais material poderia ser adicionado a esta simples ocorrência no escopo maior da Guerra em questão, mas não sem onerar a atenção dos eventuais leitores, portanto, encerro por ora.

Marcus James